Produtor de leite há apenas cinco anos, o empresário Flávio Guarani está muito perto de superar a marca de Olavo Barbosa – maior produtor individual de leite do país há anos. Sua fazenda, a São João, de Inhaúma (MG), alcançará este ano captação média de 60 mil litros de leite por dia. A de Olavo Barroso – a Fazenda Bela Vista, em Tapiratiba (SP) – tem captação média de 62,5 mil litros por dia.

Guarani era acionista do Banco Mercantil do Brasil e dono da Refrigerantes Minas Gerais (Remil), fabricante da Coca-Cola no Estado. Em 2001, ele decidiu trocar as atividades pela pecuária leiteira.

“Minha idéia era fazer um projeto fechado de uma grande agroindústria antes de iniciar a produção de leite”, afirma Guarani. Como na época os maiores pecuaristas não tinham projetos industriais para as fazendas, sua decisão causou estranheza aos fornecedores de máquinas e insumos.

Ele conta que tentou encomendar tanques para resfriamento de leite com capacidade para 20 mil a 30 mil litros – as indústrias produzem normalmente tanques para até 8 mil litros. “Disseram-me que não podia guardar o leite por um mês e que só procurasse a empresa quando tivesse capacidade para captar 30 mil litros por dia.”

Um ano depois, Guarani convidou a empresa de equipamentos para conhecer os tanques comprados de uma indústria concorrente.

Ao todo, Guarani investiu R$ 15 milhões no projeto, valor que inclui a compra da fazenda, do rebanho de 2,6 mil vacas e equipamentos. A fazenda é administrada pela TrueType Tecnologia, empresa criada por ele em parceria com sua esposa, Huguette Guarani.

Conforme o produtor, em 2005 a captação média da fazenda era de 38,3 mil litros por dia. Este ano, com o aumento do número de vaca em lactação, ele projeta um aumento para 60 mil litros por dia.

“O objetivo por enquanto é nivelar o volume de captação para ter uma constância no fornecimento”, diz Guarani. Ele fornece leite para a DPA – Dairy Partners Americas, joint venture entre a neozelandesa Fonterra e a Nestlé.

Guarani conta que as fêmeas da fazenda têm em média 1,6 mil partos por ano, sendo em torno de 50% machos, que são vendidos ao nascer. “Quero estabilizar o rebanho de fêmeas em 3 mil animais até o ano que vem”, diz. A fazenda tem estrutura para captar 80 mil litros de leite por dia, e a meta é alcançar esse volume até 2008.

Há poucos dias, comprou dois tratores durante uma feira de máquinas e estuda adquirir outros oito para substituir a frota atual. “Pretendo atualizar as máquinas, mas ainda não sei se mudo tudo este ano”, avalia. Além da fazenda, a True Type controla a Terral Adubos e Fertilizantes, que produz 30 toneladas/dia de adubos a partir do esterco dos animais. E a Rehagro, uma empresa de treinamento para o setor agropecuário. Ele preferiu não divulgar a estimativa de faturamento do grupo.

Do Valor Econômico

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